Tuesday, November 29, 2005

Autenticitá Café

Você, Colega, que não vislumbrava um espaço para sua opulenta figura na net, que se via humilhada em todas as instâncias do seu ser pelas notíccias e prosa poética de uma e de outra, que sugava freneticamente o polegar com lágrimas nos olhos ao ler sobre os roteiros, gatos e crises existenciais absoutamente Tiffany da Dona Scarlett, que visitava o CynCity só para se penitenciar por sua escrita não chegar nem perto da pontinha unha do pé dela, que se deprimia com a verve bukowskiana-chic de festas itinerantes, que inveja mulheres de cabelo rosa porque a concepção de vida e texto delas já ultrapassou a sua há anos-luz, que não detém um nanograma do blasé e aplomb do funky green kwalker, tampouco a nonchalance de não ser normal, que absolutamente se enfurece por não ser capaz de decifrar a poiésis da Margarida Inventada.

Seus dias de desespero loser acabaram. Agora você pode ser absolutamente fatty, funny e diva.

GORDUCHAS

Com menção honrosa para a receitinha da chef.

Saturday, November 26, 2005

Miss Sarajevo

Escolhida a nova Miss Penitenciária de São Paulo.

Gostaria de ter assistido ao evento. Muito mais do que aos concursos de miss ('misses', se quiser) que passavam na bandeirantes, em que todas as moças proclamavam seus idênticos irreais 90cm de quadril - irreais para mim, bem entendido -, sua uníssona leitura de Le Petit Prince e eram entusiastas da world peace.

Me fala à alma com muito mais verdade um glamour com suor, trapaça e dois canos fumegantes. Não é de graça que as moças estão lá: erro judiciário tem as pencas, mas não se lota uma penitenciária inteirinha só com erro judiciário. Quem visitou uma penitenciária feminina e se deu ao trabalho de vislumbrar as fichas de execução penal das moças sabe que uma cadeia de mulé se enche na base de participação - em crimes da lei de tóxicos, estelionato, roubo e furto - e em homicídio do parceiro traficante- estelionatário-ladrão-punguista, porque o sujeito descia o braço valendo na família inteira e insistia em ir para a cama com o filho/a filha.

Sim, tem as Lili Carabina, as grandes chefes de quadrilha. Uma numa prisão inteira, porque a desunião feminina e a falta de camaradagem e solidariedade entre o gênero é uma das infelicidades da raça humana. Mulher quase nunca se junta para vencer na vida - da forma certa ou da errada. Mulher se junta para falar mal de outra mulher e peçonhar uma maneira de colocar alguma outra para baixo, quase sempre uma fêmea mais bonita, mais rica, mais bem-sucedida ou simplesmente mais autêntica. Também por isso (não só por isso, mas *também* por isso) elas estão lá, solitárias, de regra sem visita de parente, filho, amigo, companheiro, porque o primeiro passo da sociedade em relação à mulher infratora é ignorá-la. Cada uma delas ousou o seu 'take a walk on the wild side' - na quase totalidade das vezes como parceiras e cúmplices do companheiro e em algumas outras, defendendo-se desse mesmo algoz - e agora Shylock as aguarda para o pagamento.

São elas. As mulheres de Atenas.

Friday, November 25, 2005

(internal affairs)

***ENERGII-IIIZER!!!***

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oi, tudo bom? sou a Excitadinha da Trol!

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Renato, el Hamburgués, imitando o Playmobil e cantando: 'Tró-ólll....'

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*Minwuáhil*, coisas que sobem pulsando e pulando num corpo sem comida.
E a enxaqueca?
Ah. Esqueci...

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Azzurra, gracias por el todo!

Wednesday, November 23, 2005

Au jour d'hui

--> Um post de indicações dos meus favoritos de hoje.

Tinha uma bêbada no meio do caminho.

Também quero.

Conte uma história. Confunda minha cabeça.

Ela consegue usar diálogos sem perder a fluidez. Como é possível? Como?

Souvenir, alguém?

Chute o cachorro e perdoe o peru

Ticcia mostra, aqui, que às vezes é preciso chutar bastante o cachorro antes de enterrar.
Nem que seja para terminar de matá-lo, né?

Já o Senhor Arbusto prefere perdoar os perus. E, para mostrar a nobreza de suas intenções, envia-os em um passeio à Disney.

A doçura é uma mulher pequena usando saia
que aparece na porta da sua casa quando você menos espera

Tuesday, November 22, 2005

Cúmplices

Dia quente, andando pela rua, quase nadando no mormaço desses dias de calor na várzea. Cachorro deitado no colo do dono com carinho na barriga. Pessoas sorrindo sem razão aparente. O gato grande peludo que corre e pega e lambe o gato filhote que não é dele, mas é. E a enxaqueca. E a enxaqueca.

Às vezes parece que acena uma possibilidade - remota, infinitesimal - de cada coisa ir para o seu lugar. Mas e aí, onde é o lugar de cada coisa? As coisas tem um lugar? Eu não sei, eu não sei, e a enxaqueca. A enxaqueca.

E como pode no mesmo receptáculo tanta dor e tanta glória e tanto tanto tudo ao mesmo tempo? E o que esperar da mão, da boca, da tua, da minha, se não há lugar definido, se não há sequer caos, somente a desordem ordenada das coisas estarem onde querem elas e não onde queremos nós? E a dor. A enxaqueca.

E se ora essa mão me afaga, ora me bate, e se te beijo e depois cuspo, e lambo e mordo buscando sangue nas tuas fibras - alguma coisa que aplaque a sede, algo precisa ser aplacado nesse desespero de quase-tudo. Porque quase-tudo é quase-nada e me devoras quase-morta e sei que sou pouca mesmo sem ser pequena e ódio salgado me escorre dos olhos em cristais líquidos que me desidratam. Essa fúria da imensidão toda que não é minha, que não a tenho, que não me pertence, que não a integro. E a enxaqueca.

A enxaqueca. Que é sempre minha. Que é sempre certa. Que sempre machuca. Que nunca vai. Que nunca beija. Que não me abandona. Nunca. Nunca.

A enxaqueca.
A enxaqueca.

A enxaqueca.

Daspu

"O grupo de prostitutas Davida anuncia hoje o lançamento da grife Daspu, que vai produzir roupas de batalha, de festa e básicas, feitas por profissionais do sexo e simpatizantes."

E as roupas da grife vão atrair mulheres de diversas profissões e não apenas prostitutas. “Há muito tempo que a nossa moda ultrapassou as áreas de batalha. Nós sempre fizemos moda e inspiramos estilistas e outras mulheres. Chegou a hora de produzir também”. A primeira coleção completa será lançada em março.


Imperdível.

Mas o imperdível MESMO é o gifzinho da página: "Sem vergonha de lutar pelos seus direitos. Sem vergonha de usar camisinha. Sem vergonha de valorizar seu trabalho. Sem vergonha de ser prostituta: você tem profissão."

E pensar que quando estava na faculdade e propus um projeto de pesquisa que analisasse a extensão do caráter tutelar das normas trabalhistas e de organização sindical para as profissões do amor venal as pessoas do corpo docente me olharam apavoradas, escrito em suas testas: "ah, só podia ser mesmo idéia da Mãe Solteira, essa p*tinha".
(para os colegas: por óbvio que o projeto abarcaria também a questão da ilicitude objetiva que se atribui à exploração do amor venal por terceiros e da falsa moral vigente. provavelmente não daria em nada, mas seria divertido.)

Com gentil colaboração das Megeras Magérrimas.

Saturday, November 19, 2005

Edulcorante

Diga-me palavras doces, daquelas que sei que não são suas. Diga-as sem modulação, sem suspiro, sem voz, sem emoção alguma, assim, displicentes e jogadas dentro do ouvido como peça de roupa suja. Diga-me da falta que sei que não te faço e das dores que sei que não me tens, da mágoa que de mim nunca te acometeu e dos arrependimentos que sei não carregas. Diga em alto e bom som o vernáculo decorado planejado esmerilhado executado para gerar cativas e não parceiras. Brade, sussurre, murmure, suspire, todas as suas bravatas, tudo o que supostamente te faz grande sobre pés de barro. Negue com seus olhos, suas mãos, seus gestos, o perfume da sua pele, que o primeiro corte é o mais profundo. Cantarole, discorra, decifre, desfie todo o seu rosário de mentiras encantadoras, sorrindo predatoriamente e olhando enviesado com esses enormes olhos ibéricos. Argumente, defenda, obtempere, que sob a pele de lobo há um cordeiro.

Faça-me acreditar.

Ou, ao menos, tente.

Friday, November 18, 2005

TÓIMMMM!



Mesmo que a liminar seja cassada no Tribunal de Justiça, não deixa de ser vantagem jogar contra o Timão com esse cartaz.



Quer mais? Venha aqui.

Thursday, November 17, 2005

A espada era a lei

Elektra2

Espada como símbolo de poder: semiótica que se manteve através dos séculos. A espada de Salomão apurava a verdade no seu gume ao apontar a possibilidade da perda do objeto da querela (talvez o julgamento mais verdadeiro da História). A espada de São Jorge encarnou o ideal de pureza católico apostólico romano, provando que com bravura - e com dízimo - a Besta seria vencida. A espada da era medieva vinha entalhada com diversos símbolos de proteção - o símbolo no símbolo no símbolo, uma coisa quase egípcia -, que resumiam e indicavam as crenças, os totens, os tabus, as castas, os clãs e tudo o mais que constituía seu portador. Quase sempre era passada de pai para filho, incorporando os valores máximos daqueles que a fizeram e mantiveram - fossem bons ou ruins, eram válidos. É esse o fetiche da espada arturiana incrustada na pedra, que somente poderia ser removida por aquele que fosse suficientemente bravo e virtuoso - e aí confundiram o conceito de legitimidade ativa com o de efetivo credor: estão vendo, não é de hoje que se embaralham os conceitos de parte material com o de parte processual e mais ainda. E mesmo a espada de Elektra, a Assassina, traduz a força do ícone quando, na graphic novel, a protagonista narra que há metal em suas mãos, metal aquecido e dobrado e prensado milhares e milhares de vezes, até ficar mais fino que o ar, capaz de cortar qualquer coisa.

Não é à toa que a Justiça é uma mulher vendada que equilibra uma balança na ponta de uma espada. Aliás, quem dera assim fosse, concretamente. E no mundinho tecnocrático dos so called operadores do direito, muitas vezes a espada É a lei. Rudolpf von Ihering escreveu um livrinho que todo academicozinho de direito lê no primeiro semestre: A Luta Pelo Direito, onde se vale da condição arquetípica da espada para inspirar ideais de bravio e cavalheiresco embate sociocultural em busca daquilo que ele propõe seja justiça - algo que todo mundo discute, invoca, pensa que entende, mas ninguém sabe definir o que é.

O mais curioso de tudo é quando a espada da lei é chamada a destrinchar situações que a técnica é capaz de resolver, mas não de solucionar. Neste sedizente sáite, a notícia sobre filhos e filhas que obtém dos pais indenizações e custeio de tratamentos psicológicos e psiquiátricos sob o fundamento de abandono afetivo e material. Coisa inimaginável cerca de vinte anos atrás. Diriam: ora, abandono afetivo, quem é que sabe do afeto que tenho por ti, senão eu? Em tempos de constitucionalização do dano moral, da evolução do modelo jurídico de família e da sedimentação do princípio da boa-fé objetiva como norteador do direito privado, o que vale é o que se FAZ, não mais o que se DIZ. E assim é que filhos e filhas sofredores, privados da convivência com a figura paterna, refugados como uma ninhada de gatinhos a ser afogada no tanque mais próximo, reivindicam seus direitos e apresentam a conta de anos e anos de carinhos não dados, de reuniões de pais não comparecidas, de natais ausentes e de aniversários esquecidos, magoando de morte aquele que é o órgão mais sensível da anatomia humana: o bolso.

O efeito mais positivo da condenação ao pagamento de indenização por dano moral é a conseqüência do caráter pedagógico: verificando que a adoção da conduta acarreta perda patrimonial significativa, a pessoa (física ou jurídica) opta por não mais repeti-la. É pavloviano. Funciona. Mas será esse o tipo de amor maternal ou paternal que almejamos? Sim, ame seu filho, compareça àquelas abomináveis reuniões de pais - na verdade, um pretexto para terapias catárticas de grupo -, esteja presente em todos os natais possíveis e imagináveis, leve seu rebento na natação, no ballet, no judô, faça os teminhas de casa junto com ele, e jamais esqueça do beijinho de boa noite. Pois isso poderá lhe custar caro no futuro. Muito caro.

Seria a perfeita ocasião para um julgamento salomônico. A não ser pelo triste inconveniente de que os pais provavelmente ficariam aliviados ao ver a cria ser partida ao meio.

Wednesday, November 16, 2005

Prateleira Virtual

Pesquisa Verbeat Blogosfera Brasil

No ar, até 25 de novembro, pesquisa da Verbeat sobre a blogosfera brazuca.
Leva, no máááximo, forçando muuuuuuuito, dez minutinhos para responder.

Respondível por leitores, blogueiros e leitores & blogueiros! Über-democrático, não?

Colabore, Leitor Amigo. Mostremos a eles que blog é cultura e que a inculta e bela prolifera na internet em todo seu esplendor de flor do Lácio. Ou, como disse certa Megera, que a internet, assim como a prateleira da livraria, pode tanto guardar um monte de entulho como (voilá!) um monte de boas e inesperadas surpresas.

Eu já respondi. Responda você também.

DCFC0088

I can't take my eyes off of you.

Tuesday, November 15, 2005

Feriado. Comemore.

Pantufo no sofá3

Ha-ham. A dona dessa birosca aqui mandou desejar um feliz feriado para todo mundo. Porque ela consegue estar com mais preguiça do que eu - *eu*, que incomodo a todos nessa casa e passo o maior trabalho para espalhar meus pêlos supercompridos pelos cômodos. E para encantá-la com meus odores tão peculiares de gato cabeludo e porquinho.

Ingrata.

Monday, November 14, 2005

não é magia! é tecnologia!

Ro e Carón de novo
"Só sei fazer carão. Mandar foto, que é bom, nada."

EI! Amigos!

Não consigo enviar as fotos de vocês, pois não estou familiarizada com tudo isso (não é magia! é tecnologia! e no capisco niente!)

Se vocês clicarem na imagem, irão para o meu álbum no Flickr. Estejam à vontade para pegar o que quiserem.

Quando aprender como se faz, direitinho, prometo que mando as fotos todas por e-mail.

Love + smooches.

Saturday, November 12, 2005

Sports, Illustrated

Acaba de cair um captador de imagens no colo dessa que vos escreve.

Aguardem. Figurinhas no correr do período.


Off-topic: all of my love, all-sincere, a todos os que vieram e leram, vieram, leram e comentaram, comentaram mas não leram, não leram nem comentaram, mas simplesmente vieram. Bem-vindos. Vocês me fizeram sorrir - e isso é raro.

Wednesday, November 09, 2005

A Casa Geriátrica

old_lady
"Que tricô que nada. Quero é beijar na boca!"

Sou a pessoa mais sozinha que conheço. Um pouco por idiossincrasia, outro pouco por fobia social e um muito por medo travestido de orgulho. Fato. Opção. E muita terapia.

Fato também é que o tempo passa, passa, e mais orgulhosa (medrosa) fico e é por isso que já admiti que o meu futuro guarda para mim, em sua última instância, A Casa Geriátrica. Porque sendo sozinha, a mão com que contar é aquela que aponta no final do meu braço. Considerando que o filho é um menino que demonstra gostar de meninas, que sou uma pessoa difícil, que as relações entre mulheres não são nada simples e, principalmente, que AMO meu filho, é evidente que não vou morar com filho, fazer aquelas visitas de passar o(s) mês(meses) em casa de filho, ou pedir visita de filho, ou depender de filho para o que seja. Não. Nada de vampirizar a vida do filho. Filho não é muleta ou receptáculo de desejos frustrados. Filho é uma pessoa - quase sempre bem diferente de quem o gerou.

Por perceber o mundo dessa forma, A Casa Geriátrica é meu destino certo e parece um pouco com o jardim de infância: todo mundo lá, precisando ser levado ao toalete, alguns precisam de ajuda para comer, outros não tomam banho sozinhos. Às vezes os colegas brigam porque algum deles roubou no jogo de carta, ou porque alguém, despoticamente e sem aviso, mudou o canal da televisão em que estava passando o programa favorito da maioria. Daí se xingam e até se batem, e choram, e precisam das tias para se acalmarem e se reconciliarem. Os brinquedos são um pouco diferentes: em vez da última novidade da indústria, uma coleção de suvenires de variadas épocas, que contam a história de cada uma daquelas pessoas, tanto quanto as marcas no corpo e as dobras da pele.

Sim, eu vou para A Casa Geriátrica, e já estou cooptando meus amigos para irem comigo - com várias respostas positivas, pasmem. Pois a vida é triste quando se está sozinho e, sendo de índole solitária, a solidão é dupla, o que é mais triste ainda. É, estarei velha, cansada, com marcas de todos os tipos no corpo e no rosto. Os dentes estarão gastos, isso se forem os meus mesmo e não os manufaturados por algum protético, a pele será muito fina e pelancuda. Olharei estarrecida aquela estranha vovozinha no espelho, pensando "para onde diabos foi a menina que ficava do lado de lá?" e sei que isso me deixará paradoxalmente surpreendida e ciente. Mas será só o tempo de passar um pente rápido nos cabelos grisalhos e conferir se o multifocal está no rosto ou se perdi por aí, pois logo sairei correndo para encontrar outros surpresos pelancudos e grisalhos. Para jogar cartas. Para contar causos da infância, da juventude, da maturidade, rindo juntos de coisas que pareciam tão importantes, à época. Para esconder a dentadura daquele velho chato do quarto 12 e deixá-lo maluco de tanto procurar - e rir disfarçadamente, enquanto isso. Para trapacear no pôquer e ganhar de todos de lavada, aquela pilha de fichas plásticas sujas que não valem nada. Para roubar o controle remoto e ficar mudando de canal bem na hora do gol da final do campeonato. Para fumar escondido com outras velhinhas fumantes. Para sentar com outras velhas reclamonas em espreguiçadeiras desconfortáveis que rangem, todas com dores nas pernas e na coluna, mas todas sentindo o calorzinho gostoso do sol e a brisa suave tocando o rosto. Para dançar com a pouca coordenação e força que me restar, e sentir-me a mulher mais bela do mundo.

Monday, November 07, 2005

Vejo flores em você

Sabe mais um dia entre tantos que a pessoa acorda achando o mundo medíocre? Pensando que tudo é tãão chaaato e sem vontade de coisa nenhuma?

Essa segunda foi diferente. Porque nessa segunda colhi minha primeira margarida.

A Margarida Inventada.

Vá lá e colha a sua. Sem medo. Elas são inventadas, portanto, infinitas.

Ôliú

Ôliú. Sempre. Um lugar que é uma paródia de sua própria caricatura.

Por isso o cigarro Ôliú. Aquela coisa forte pacas e, que depois que lançaram toda aquela ampla gama de sabores que mais parece uma sorveteria, ficou ruim pra diabo (o clássico vermelhinho).

Lendo O Vale das Bonecas, de Jacqueline Susann - comprado num balaio de saldos da 51ª Feira do Livro -, mais e mais e mais a nojenta sensação de paródia triste e barata de uma coisa que na verdade nunca existiu. Como chocolate Pan, o chocolate que não é chocolate. Como recheio de bolachinha de morango, que tem de tudo, menos morango.

Mesmo sendo a podreira que é - talvez *exatamente* por ser essa coisa fétida e lamacenta - Ôliú tem sacadas ótimas. Várias. Os diálogos de Annie Hall, que me foram apresentados por Pinkhead. Mulholland Drive, não por acaso, uma retratação trágico-satírica da paródia ôliudiana. E o que dizer deRequiem for a Dream? Hm? Hm?


Porém, o melhor foi o que me ocorreu no banho (momento de grandes insights desta que vos escreve):

Bonita acompanhada de Garboso Cavalheiro (pretê, ficante, marido, whatever) encontra Aquele por quem um dia já chorou baixinho no tapete atrás da porta. O Aquele se aproxima e diz "oi". A Bonita, que tem educação, responde "oi". Trinta segundos depois, Garboso Cavalheiro olha para Bonita com um olhar que interroga: "who?" Bonita responde: "I see dead people".

Enjoy the smell of it in Ôliú.

Friday, November 04, 2005

Resenhas Rápidas

--> Código 46: o futuro é um lugar onde todo mundo fala todas as línguas ao mesmo tempo e mulheres com personalidade se quebram boniiito no final. (grande novidade.)

--> Elizabethtown: mesmo sem ter nenhum sentido, a vida é uma delícia. Bom para lembrar que viemos aqui a passeio e NÃO a negócios. (como todo bom passeio, importa mais a companhia e o prazer de se estar onde está, fazendo o que se faz, do que o establishment diz disso tudo. ah. a trilha sonora também é deveras importante.) Mais informações com a Pinkhead.

--> Jogos Mortais I: tentativa de copy+paste, com nova editoração, do Dr. Hannibal Lecter. Entretém sem descambar no final (como um bolo abatumado). Portanto, os Jogos Mortais II, que estão em cartaz e que ainda não vi, devem ser bem razoáveis.

--> O Jardineiro Fiel: plot com furos mirabolantes + câmera bamboleante de Fernando Meirelles + tensão, apreensão e responsabilidade social. Ele gongou, em 25.10.2005, provavelmente com razão, mas eu gostei antes e continuo gostando. Sou uma pessoa de mau gosto, todo mundo já sabe. (é o meu charminho.)

Era para ter cinco, mas... esqueci!

Deco, se você vier aqui, deixa um comentário para mim. Deixa, vai.....

Tuesday, November 01, 2005

Bonitinha mas ordinária


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Gafañotado do Barbirotto.