Wednesday, September 15, 2004

Karma Soap

Nos idos do biênio 2000/2001, trabalhei num setor onde A Chefe - que graciasadiós, não mandava em mim - além de linda e extremamente competente, nutria-me um ressentimento voraz e inexplicável - não sou linda; não sou extremamente competente; nunca lhe fiz nada; entrava muda e saía calada. Talvez porque ela não conseguia engravidar, enquanto eu tive um filho sem fazer qualquer esforço. Talvez porque O Chefão (que mandava n'A Chefe e em mim) fumava meus cigarros e contava causos engraçados, dando risada. Talvez porque simplesmente tem pessoas cujo hobby é sentir ciúmes dos demais. Talvez porque ela nunca tivesse olhado no espelho, nos olhos do marido, no trabalho que fazia e visse quão fantástica era sua pessoa e sua vida.

Não gostava de trabalhar sob aquele olhar oblíquo, escuro e vigilante.

Agora, surgiu a possibilidade de que essa moça (A Chefe) venha a ser A Chefe nessa biboca aqui onde estou. Karma. Karma em dobro.
Nada pessoal. Ela *É* fantástica. Ela *É* extremamente inteligente. O trabalho dela *É* incomparável. Mas ela me *ODEIA*
Pau que nasce torto nunca se endireita. O Chefão não sabe ainda - e nem vai saber - mas se ela entrar por uma porta, eu saio pela outra.
E tenho dito.