Wednesday, January 26, 2005

Future, now.

William Gibson revolucionou o mundinho sci-fi ao escrever Neuromancer, em meados da década de 80, quando inaugurou o gênero batizado de cyberpunk, tendo por parceiros Bruce Sterling e John Shirley - parceria mesmo: chegou mesmo a escrever um livro juntamente com Sterling.

Se Neuromancer é a história da gênese do novo/velho homem em um velho/novo mundo, trazendo ainda que superficialmente, as intensas contradições filosóficas da humanidade e utilizando alegorias e adereços tal qual carnavalesco de escol, Pattern Recognition é o seu intervalo comercial.

Em Pattern Recognition, Gibson flerta com a prosa e seduz as palavras como um fauno cercando uma ninfa. Se no começo elas se apresentam tensas e arredias, é só para trazer mais encanto à rendição. É a história de uma profissional, digamos, da mídia, cujo excepcional talento - sua extrema hipersensibilidade - é também sua maior fonte de problemas. A trama se desenvolve nowadays, com a tecnologia que hoje temos. Trata sobre a misteriosa existência de um filme, cujos fragmentos são paulatinamente liberados na net. *O Filme*, como é chamado, não é dado a conhecer ao leitor, que sabe tanto quanto os protagonistas - ou seja, nada. Seria *O Filme* a quimera por todos almejada, o ideal inalcançável, ou seriam apenas moinhos quixotescos? Vêem os personagens n'*O Filme* aquilo que ele efetivamente tem ou veriam somente o que querem ver?

Não tenho a resposta. Ainda não acabei a leitura. De fato, mal a comecei.
E estou apaixonada por Gibson, ensandecido de fúria iconoclasta mercantilista, analisando o consumismo com a mais ácida ironia. Just *luvly*!

parece-me que Monalisa Overdrive é muito mais matrix do que a própria Matrix.

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