Tuesday, March 22, 2005

Plebe Rude

Noite já caiu. Saindo da loja que está fechando, samba em volume alto. Um monte de gente olhando. Paro e olho também o casal dançando samba. É uma promoção arrebanha-cliente (bem inteligente) de uma academia bastante modesta, mas com muita vontade de ser feliz.

Sai o casal sambista, entram meninos dançando funk. Abomino funk, mas não tem como não gostar dos garotinhos, provavelmente dez anos mais novos que eu, mexendo-se animados. Os glúteos tão redondinhos, o volume na frente da calça, os bíceps, tríceps, quadríceps e fórceps tão bem torneados. Eles seguem fazendo *aquelas* evoluções típicas funkeiras, as colegas de academia gritam, incentivando. Sorrio.

Saem os meninos. Entram as meninas. Dançam funk daquele jeito que eu, você e todo o país já viu, em todos os canais da TV (blarg) aberta. Elas sorriem nas suas calças de supplex bem ajustado em curvas modeladas. Elas quebram a cinturinha balançando o quadril carnudo de elipses perfeitas. Elas brincam com os rapazes da audiência, tirando-os para dançar.

Quase todos tem pele preta ou parda. Eles são jovens, sorriem, suados, felizes na sua intimidade grupal. Eu, nem tão jovem, suada por doze horas de jornada e sem qualquer intimidade com os presentes, sorrio também. Por mais livros que tenha lido, por mais potes de sorvete que tenha comido, por mais férias na praia que tenha tido, eu sou tão Plebe Rude quanto eles, y me encanta todo eso.

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