--> Veio visitar e me buscou num lugar novo, fazendo comigo o extenso caminho de volta para casa. Parou ali naquele ponto específico para uma pergunta trivial. Agora, não consigo evitar de vazar lágrimas, mesmo poucas, quando passo por ali. Todos os dias. Não porque queira que volte, não é isso. É pela lembrança do abandono e do tanto de mim que foi jogado à deriva.
--> Fácil dizer que botou o filho no mundo para ser livre e traçar os próprios caminhos. Difícil é deixá-lo ir, ele com um sorrisão pregado na cara, e não querer se atirar embaixo da primeira jamanta que passar.
--> Não deixo nunca de amar as pessoas. Nunca. Porém, quando elas me sufocam ou machucam demais, opto por amá-las de longe. Nem todo mundo entende. Nem eu, que preferia não amar mais essa gente que me pisa e incomoda mas não consigo.
--> Sim, sei que o melhor da viagem não é a partida ou a chegada, é a própria viagem, e que a satisfação dos nossos desejos gera mais e mais insatisfação. Então por que ainda me surpreendo?!
--> Concluo que estou velha, porque terrivelmente cansada. Os últimos dez anos foram exaustivos, será que isso excusa um pouco?
--> Férias já não dão conta, preciso mesmo é de um ano sabático. (Talvez dois.)
--> OK, prometo tentar com todas as minhas forças e empenhar uma disciplina absurda e nunca vista
(ao menos por mim), embora saiba que isso vai me deixar profunda e terrivelmente deprimida.
--> Fico rangendo os dentes ao dormir porque não posso mandar as pessoas para o diabo que as carregue tanto quanto gostaria. Quem sabe uma atividade física intensíssima, né? Mas hoje só amanhã, que essa semana já está toda comprometida e a próxima, muitíssimo mais. Aguarde o 31 de julho, Bandini.