Wednesday, September 29, 2004

Interrompemos a programação normal (e bissexta)...

... para troca de máquinas.

(volto logo, caro 1/2 Leitor Amigo!)

Tuesday, September 28, 2004

Cinderela


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Desfile de Isabela Capeto. Os sapatinhos foram escolhidos pela própria e feitos pela Arezzo. Até quem odeia salto (como eu) se vê obrigado a admitir: é confortável. E lindo. E eu não resisti, omigod, não resisti. A partir de hoje, Leitor Amigo, você poderá ver, em pezinhos bellyanos, a fofura calçadística aí ao lado, exatamente nessa cor. Agora, passa o cilício aí, vai.

Vá blogar com o diabo

(música do saudoso Riachão, recentemente cantada pela Menina Cássia)

Ai, meu deus!
Ai, meu deus, o que é que há?

Ai, meu deus!
Ai, meu deus, ai meu deus, o que é que há?

A
Nêga Malgardée não quer me *imêiar*
Inventou que sumi e fica a reclamar
Me ligar pra saber notícia, ha!, nem pensar
Agora é só da casa nova que ela quer falar
E sobre a saúde dos gatos ela quer digressar
Mas os *blógue* amigo ela vai visitar
Fica à toa na blogosfera a perambular
E aqui nesses comentários não vem comentar
Quer agora fazer beiço e me chantagear!

Ela quer me ver bem mal
Vá blogar com o diabo que é imortaa-al

Ela quer me ver bem mal
Vá blogar com o sete pele,
O sete pele, o sete pele que é imooortaaaaaaaaaaaaaaa-al!


Poxa vida. Só não trabalhei (e, por conseqüência, não bloguei) no final de semana. Que coisa.

Saturday, September 25, 2004

É das gordinhas que eles gostam mais (?)

A mãe exclama "você está muito gorda! precisa ver logo isso com um médico, antes que não tenha mais volta!". O pai nem comenta mais sobre o pandeirão da filha. Só espia de esguelha, olhar tristonho, resmungando: "a que ponto chegamos". Nas fotos do casamento da amiga, ela mesma constata, alarmada: "céus. olha o tamanho dos meus braços. o que está acontecendo?"

OK. É fato. Agora, expliquem-me com calma e clareza: por que diabos, com todo esse excesso tão facilmente constatável, tantos surpreendem-me com ligações, presentes e declarações bombásticas? Amazing. Estou absolutamente consternada. Afinal, como poderia imaginar que algum ser humano jovem, heterossexual, do sexo masculino, fosse ficar seduzido por que pedi para ir comprar pão? Porque falei da família Barbapapa? Porque afirmei, tranqüila e irredutivelmente que não ia assinar nenhum documento?

E por que esses mesmos espécimes não se encantaram por mim quando estava deprimidíssima e semi-esquálida, quase giselebúndica (comparada ao estado atual, claro)?

Das duas uma: ou ser gordo é uma maravilha em termos de sex appeal ou, contrariamente do que a mídia apregoa a altos (e baixos) brados, sedução não tem nada a ver com forma física.

Update: dizia Nelson Rodrigues que todo o canalha é magro. bem, então minha idoneidade moral está aaaaaaaaaaaaaaaamplamente garantida!! ;D

Thursday, September 23, 2004

Lynchian Konspirations

Cheia de saudades do *Fire Walk With Me*, tudo culpa dela, fui dar uma olhada no David Lynch.

Num fórum unlikable do site [entre no site, clique em *Messageboard*], encontrei referências sobre vieses conspiratórios na obra de Lynch. Nada mais nada menos, Leitor Amigo, do que *The Protocols of the Elders of Zion*.

Smells like Konspiration spirit. Oh yes.

Wednesday, September 22, 2004

Harpias

Jogo de futebol na quadra de grama sintética. Meninos fardados X meninos sem farda alguma. Os sem-farda não tinham camisas iguais, mas tinham namoradas que ficavam torcendo aos berros a cada jogo. Sempre da forma mais ofensiva possível ao adversário. Claro.

Naquela terça-feira abafada, véspera de feriado, o adversário eram os funcionários da gráfica. Era um time unido de trintões-quarentões, criados à la velha guarda e orgulhosos de suas camisetas amarelo-ovo. Não tinham a arrancada dos sem-farda-com-namorada, bem mais jovens, mas contavam com a garra, a ginga, a malemolência futebolística que só o time bem engendrado tem.

E lá vinham eles, arrasando os molequinhos desfardados, como um velho e enferrujado cortador de grama que, mesmo muito pesado e feio, patrolasse tudo o que vinha pela frente. Os desfardados não gostaram. As namoradas, menos ainda. Pimentinha, uma sardenta de nariz torto que compensava a assimetria do rosto com genial sagacidade, berrou ao ver o adversário levar a melhor num lance cruzado:

- Olha o quin-DÍÍÍÍM! Chuta o quin-DÍÍÍÍM! Mata o quin-DÍÍÍÍM! Não passa a bola pro quin-DÍÍÍÍM!

Por um milicentésimo de segundo, o time da gráfica estacou. Entreolharam-se. Quindim? Seriam eles?

As namoradas gostaram. Deram risada. Puseram-se a bradar impropérios contra o Quindim, contra todos os Quindins em jogo, alegremente chefiadas por Pimentinha. A voz da líder rimbombava, sonora e aguda e muito musical no ginásio fechado. Os garbosos e fardados funcionários da gráfica, até então senhores da situação, foram paulatinamente dando mostras de irritação. Pois bastava algum deles tocar ou mesmo apenas olhar para a bola e Pimentinha puxava:

- Olha o quin-DÍÍÍÍM! Chuta o quin-DÍÍÍÍM! Chuta! Chuta ele! Mata ! Mata o quin-DÍÍÍÍM!

Os agudos femininos estavam atordoando o time da gráfica. Sentiam-se cada vez mais envergonhados do fardamento amarelo-ovo, aquelas camisas laranja-douradas que tinham sido compradas num arroubo de paixão futebolística com considerável parcela do décimo-terceiro salário de cada um deles. Já não eram mais atletas. Já não eram mais jogadores. Nem sequer homens eram mais. Eram Quindins.

O jogo tinha virado. Os garotinhos cabeludos e sem fardamento estavam com dois gols de vantagem. Pimentinha não se continha:

- Lugar de quindim é na padaria! Fora, quin-DÍÍÍM! Fora!

Os jogadores da gráfica olhavam com ódio para as arquibancadas. Soou o apito marcando o final da partida. As namoradas riam, contentes. Abraçavam os vitoriosos, eles algo perturbados, elas trocando olhares cúmplices com as companheiras de arquibancada. Sorriam. Afinal, elas ganhavam.

Tuesday, September 21, 2004

Qui-Gel é o futuro

Extrato da conta. Bancos em greve que compensam seus cheques mas não recebem depósitos para cobri-los. Duas (eu disse *duas*) tarifas bem gordinhas por adiantamento.
Telefone toca. Olá, é do recursos humanos! Sua avaliação de desempenho foi feita lá naquele lugar onde você trabalhou mais tempo (o mármore do inferno, onde Ogra e Bruxa revezavam-se nas chibatadas). Enviaremos para você ler e assinar! Tenha um bom dia.

Quer saber? Tô nem aí, tô nem aí... Pode meter suas tarifas, suas avaliações terroristas de desempenho, suas caras feias, todo o seu fel. Porque quando chego em casa, o pequeno sorri com seus olhos oblíquos e seu cheiro macio de criança. Porque em certas noites, tenho companhia mais doce, forte e reconfortante que o melhor dos chocolates-quentes.

Porque, puxa vida! o mundo é mais do que as chatices do trabalho. EU sou mais do que todas essas chatices JUNTAS.

Quer ferrar? Vem, pode vir. Não vou me debater, não. Eu uso Qui-Gel e vou gozar gostooooso. HA!
Tá prontinho? Eu tou. ;D

Saturday, September 18, 2004

Narciso Rodriguez



Norte-americano de origem espanhola, Narciso Rodriguez vem ao Brasil com freqüência. Gosta do Rio de Janeiro e curiosamente (para mim) acha que as cariocas se vestem de forma sofisticada. (OK, não conheço nada nada da moda carioca e associo tudo o que vem de lá com samba, futebol, praia e *malandraje*). Aos 42 anos e visual descolado, é o estilista que mais ama o corpo da mulher, do jeitinho que ele é (leia-se *curvilíneo*). Basta dar dar uma olhada nessas odes à feminilidade aqui ao lado, da última coleção do moço na Semana de Moda de Nova York.

Llavones llorosos -->estou amando loucamente, é o meu número! ah, tio, me faz esse carinho! :D

Mais Narciso aqui. Modelitos da Semana de Moda de NY aqui - procure por Narciso na caixinha à esquerda da tela.

Disclaimer: Envy, by Gucci


Alguém tem andado em blogs e deixado notinhas assinando-se *Belly* e pedindo visitas ao Mishappenings. Com enderecinho "www" e tudo, que é para a pobre ví­tima não errar de casa.
O life. Então crêem que uma loser depressiva como eu estaria por aí­ arrebanhando audiência? Isso é comportamento de histérica, diria Tio Freud.

Não se esqueça, Leitor Amigo: somente a verdadeira Belly não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras. :D

Gratos pela preferência.

Friday, September 17, 2004

Momentiño Publicitá

This is a test post from flickr, a fancy photo sharing thing.

(venham a mim as figurinhas!)

The best things in life are furry

(o título é um gentil plágio dos links felinos dela)

Já de pequena ela recostava no peito paterno e dizia "meu travesseiro". O pai, entrado em anos, tinha sedosos caracóis gris cobrindo o torso e a barriga - ali havia também o umbigo saltadinho para fora que ela tanto adorava. Deitava-se de todo o comprimento sobre aquele homem que entendia ser sua propriedade, aspirando o aroma temperado e algo oleoso da pele dele. Eram fortes os seus braços, era forte toda a sua compleição, assim como a da filha. Por serem ambos fortes, reconheciam-se mutuamente e sentiam-se seguros e protegidos nos braços um do outro.

Passado o tempo e feita mulher, ela inconscientemente procurava os matizes daquele primeiro conforto: os caracóis sedosos, os aromas temperados e algo oleosos. Seguiram-se os anos e ela surpreendeu-se apaixonada por aquele cuja seda pelúcia e perfume mais se assemelhavam aos do pai. Eram em muito parecidos e em muito diferentes. O moço não tinha a compleição terrivelmente sólida do pai e da filha. Oferecia, porém, braços fortes, grande envergadura, olhos infinitamente doces. Ela então soube que seria sólida para ele, seria dele o continente. Assim como passara a ser o do pai, agora ainda mais velho. Paradoxalmente frágil e forte. Como imponentes navios que já viram muitas tempestades.

Wednesday, September 15, 2004

Mandato-tampão

Ocorre quando o titular, o eleito, o legitimado abandona o seu lugar pura e simplesmente. Acabou. Não dá mais. Não consigo! É estafa. A culpa não é sua, meu bem, é minha. Chega. Ou nada disso, simplesmente o silêncio puro, doloroso e indefinível que só a ausência plena é capaz de produzir.

No lugar do titular, do eleito, do legitimado, o mandatário-tamponador. Lá vem ele, que ficou em segundo. Que não era favorito. Que restou pelas rebarbas. Lá vai ele ocupar o lugar que almejou desde sempre.

E para quê?

Para preencher o vazio do silêncio - puro, doloroso e indefinível - deixado pela ausência plena. Para responsabilizar-se pelas pendências que ficaram. Para distrair a mente e o corpo (principalmente o corpo) do mandante, frente ao silêncio puro, doloroso e indefinível que a ausência plena do titular, do eleito, do legitimado. Do querido. Do desejado. Que se foi.

Para ser descartado, ao final do processo de cura. Como sói ocorrer a todo curativo.

Já executei mandato-tampão. E quem não?

Mas não é bom.

Toda honra e toda a glória ao Pelúcio, que *deu nome aos bois*, associando o nome ao conteúdo, e que não costuma se valer do expediente supracitado.

Karma Soap

Nos idos do biênio 2000/2001, trabalhei num setor onde A Chefe - que graciasadiós, não mandava em mim - além de linda e extremamente competente, nutria-me um ressentimento voraz e inexplicável - não sou linda; não sou extremamente competente; nunca lhe fiz nada; entrava muda e saía calada. Talvez porque ela não conseguia engravidar, enquanto eu tive um filho sem fazer qualquer esforço. Talvez porque O Chefão (que mandava n'A Chefe e em mim) fumava meus cigarros e contava causos engraçados, dando risada. Talvez porque simplesmente tem pessoas cujo hobby é sentir ciúmes dos demais. Talvez porque ela nunca tivesse olhado no espelho, nos olhos do marido, no trabalho que fazia e visse quão fantástica era sua pessoa e sua vida.

Não gostava de trabalhar sob aquele olhar oblíquo, escuro e vigilante.

Agora, surgiu a possibilidade de que essa moça (A Chefe) venha a ser A Chefe nessa biboca aqui onde estou. Karma. Karma em dobro.
Nada pessoal. Ela *É* fantástica. Ela *É* extremamente inteligente. O trabalho dela *É* incomparável. Mas ela me *ODEIA*
Pau que nasce torto nunca se endireita. O Chefão não sabe ainda - e nem vai saber - mas se ela entrar por uma porta, eu saio pela outra.
E tenho dito.

Monday, September 13, 2004

Poetik

A vara do meu amor
É pilar de ferro
recoberdo de veludo de seda

É o meu apoio
e o meu vestido de festa

Vejo pulgas em você

(Penélope, gata ruiva-chantilly, cantando para Belly:)

Se em todo o meu passado
Fosse usado mais antipulgas
Viveria o meu presente
Sem empestear sua cama

Nessa vida passageira
Sou gata cheia de pulgas
Isso não me agrada nada
Isso é que me faz dizee-er...

Que vejo pulgas em você!

Passo minhas pulgas pra você!
Passo minhas pulgas pra vocêêê-êê-ê-ê!

Friday, September 10, 2004

Pequeno Príncipe e a Teoria do Risco

Creio que praticamente todo mundo leu O Pequeno Príncipe. Mesmo quem não queria participar de concurso de misses (confesso que eu queria. e pior: queria ser coelhinha da Playboy e ficava pensando que ia ter que esperar meus pais morrerem para poder posar nua, hahahahahaha!)

Então: no livro O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Éxupery cretinamente fez o personagem-título declarar que tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Pelo jeito, Saint-Éxupery - que pregava moral de cuecas, pois maltratava a esposa - estava na contramão da evolução sócio-jurídica: não apenas atribuiu responsabilidade ao Príncipe (!!) como também impingiu alta dosagem de subjetividade na responsabilidade.

Um pouquinho mais tarde, a vitimologia viria desmentir as teorias exuperianas. Pois você, que ora lê esse textinho despretensioso, SABE que já entregou seu coração ao menos uma vez para quem não merecia. Você, leitor amigo, SABE lá no íntimo do seu ser que, para aplacar seu anseio de afeto, por mais de uma ocasião insistiu em dar murro em ponta de faca. E talvez até o faça de novo, se concluir que é válido.

As pessoas SABEM. Elas intuem. Ronca-lhe nas tripas. Mas quem um dia poderá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem poderá dizer que não existe razão? Quem? Quem?

Por isso, concedo a todos nós, de ofício, habeas-corpus preventivo, para que nos joguemos e arrisquem os até o último milímetro quadrado da pele em nome do que julgarmos razoável. Não esqueçamos, porém, que SABEMOS, intuimos, percebemos, quando a coisa não tem como funcionar - que o mulherengo não vai largar a gandaia, que a galinhona não vai deixar de flertar com os colegas de trabalho, que aqueles defeitinhos (ou defeitões) não têm solução e que o objeto do nosso amor NÃO VAI se emendar.

E corramos o risco. Com consciência e liberdade.
Boa sorte. Para todos nós.

(risco é sinônimo de liberdade; o máximo de segurança é a escravidão --> Roberto Freire)

Papitoco e Flicts

Começando a ler cedo, apaixonei-me por livros ainda pequeninha. Dentre todos, um deixou marcas pelo profundo pesar que causou: Papitoco. Incrivelmente, não está mais à venda em nenhuma livraria virtual e nem mesmo o Google foi capaz de mostrar o lay-out do Papitoco - o programa achou uma escolinha infantil com esse nome, o que não elucida nada. OK, então conto eu.

Papitoco era um garotinho que se sentia muito só. Ele queria um amigo. A historinha conta as tentativas (todas frustradas) do pobre Papitoco: o passarinho precisava voar para longe, então não podia ser seu amigo; o cachorrinho tinha seu instinto primal e mordeu Papitoco, portanto também não podia ser seu amigo; sei-lá-quais outras criaturas apresentaram outras limitações, afetivas, temporais ou temperamentais, numa sucessão aparentemente infinita, e Papitoco concluía, após cada experiência, que aquele ou aquela não podia ser seu amigo. Até que Papitoco olha no espelho (ou no vidro traseiro do carro dos pais, agora não lembro bem) e vê seu reflexo. Descobre, ali, que encontrou um amigo para todas as horas, um amigo que jamais irá abandoná-lo. Fim.

Podem imaginar o meu desespero e tristeza ao terminar a leitura?

Ora, não queria ser amiga de mim mesma. Não queria ficar falando sozinha. Não queria brincar comigo e meus brinquedos. Buscava o outro, opiniões diferentes, idéias diferentes. Mesmo que divergentes. Mesmo que indesejadas.
Papitoco descobriu um amigo em si mesmo. Eu descobri que não queria ser abandonada. Conclusões tão díspares com efeitos tão semelhantes: qual a melhor maneira de não ser abandonado nunca? É fácil. É impossível perder o que não se tem. Decidi ser uma pária social - com todo o sofrimento que isso acarreta, porque nada me parecia tão aterrorizante como a sucessão de frustrações e abandonos enfrentada por Papitoco.

Aí entra o Flicts.

Um par de anos mais tarde, li Flicts na Escolinha de Artes. A cada página, mais e mais identificação, crescendo em progressão geométrica. Flicts, um pária social, como eu! E nada nem ninguém gostava de Flicts. Flicts era profundamente indesejado. Ah, ansiava pelo final! Deveria ser grandioso! Um ato de profunda redenção de Flicts! (e minha também. por óbvio.)

Como o livro termina: "a lua é Flicts".

A LUA?!

Puxa vida, então depois de concluir que ninguém poderia ser meu amigo e que eu estava irremediavelmente só, sozinha, sozinha, o máximo que poderia alcançar de redenção na minha patética existência seria ficar AINDA MAIS longe de todo mundo, AINDA MAIS sozinha, AINDA MAIS isolada? Então é assim que funciona? Quando não nos encaixamos em grupo nenhum o que temos que fazer é ir para longe, longe, muito longe, onde possamos ficar à vontade com nossa estranheza?

NÃO!

Pode tapar o seu nariz aí, colega do lado. Pode olhar atravessado. Pode rir. Ria mesmo, ria às largas, às ganhas. Pode ficar escandalizado, triste, chocado, surpreso, atônito, bestificado, ofendido, irritado, raivoso. Pode ficar magoado, até. Não vou embora. Não vou mais me isolar. Vou ficar aqui, bem ao seu lado, e se você não gostar, paciência. O mundo não foi feito só para os standard human beings. Não sou padrão, não me encaixo em parte alguma, sempre uma estrangeira onde quer que eu vá, uma estranha em minha própria pele.

Eu vivo com isso. Viva com isso você também.

Marrenta

Aprendi a ler cedo porque ninguém acreditava quando ficava olhando para dentro de um livro ou revista dizendo que estava lendo. Os adultos riam e diziam "mentira!", e foi por isso, e SÓ POR ISSO que aprendi a ler naquela tão tenra idade.
Ô criaturinha que gostava de um desafio!

Thursday, September 09, 2004

Finally!

Em homenagem aos ilustres freqüentadores, foi FINALMENTE habilitado novo sistema de comentários.

(a demora decorreu do analfabetismo htmlístico desta que vos posta)

Código de Ética do Cliente do Advogado

Simplesmente sensacional.

Não deixe de conferir. Don Vito Corleone, il cappo di cappi, ensina a você, Cliente Amigo, o que JAMAIS fazer para seu Advogado.

Camzitcha, dahlin': pensando em você, Nêga!

Tuesday, September 07, 2004

Oráculo Orkut

Today's fortune:
In God we trust; all others must pay cash.


Ahh. Quer dizer que, if I don't trust in God, he must pay cash to me?

ÔPA! Estou dentro!

Mulher Rendeira

Devaneando no trem sobre a letra da música Mulher Rendeira, cheguei à insofismável conclusão de que é uma declaração de amor entre duas mulheres.

Rendeira é uma scort girl bastante rica. Onde ela se deita, vem dinheiro aos montões. Mas para o desenvolvimento de tantas e tamanhas habilidades, Rendeira há muito não se permite sentir. Rendeira nada sente: nem dor, nem amor.
Uma iniciante cruza seu caminho: Cantora.
Cantora quer aprender a fazer renda, e sabe que precisa de uma mestra que guie seus incertos passos de *efeba*. Aos poucos, Cantora vai se deixando cativar pelo brilho fugidio dos olhos de Rendeira, por aquele jeito de corça assustada que Rendeira tem quando Cantora toca algum ponto sensível inesperadamente deixado a descoberto naquele coração que se soube fazer empedernido. Cantora não desiste de seu intuito de fazer renda, pelo contrário. Tem mesmo motivos a mais, sonhos de uma vida comum feliz e livre ao lado de Rendeira.
Porém, antes do sucesso, o trabalho (que não estamos no dicionário), e por isso é que Cantora faz à Rendeira sua proposta:

Olê, Mulher Rendeira,
Olê, Mulher Rendá,
Tu me ensina a fazer renda
Que eu te ensino a namorar

Síndrome de Estocolmo

(é feriado. você está com enxaqueca. você está trabalhando.)

Liga para seu chefe.

Belly - Oi.
Chefe - Oi.
Belly - Pode falar agora?
Chefe - Posso.
Belly - Não consegui terminar tudo ontem. Chegou seu e-ticket pelo e-mail. Já imprimi.
Chefe - Hm. ....
Belly - O seu vôo é amanhã às 9h15min.
Chefe - É, mas preciso estar no aeroporto às 8h!
Belly - O que você acha de eu levar todos os documentos para assinar e o seu e-ticket amanhã, às 8h?
Chefe - É! Pode ser. É uma boa!
Belly - Então tá combinado. Amanhã às 8h no aeroporto.
Chefe - Tá bom. Obrigado!
Belly - De nada. Tchau.

(Belly desliga feliz. Belly percebe que está com sintomas avançados da Síndrome.)

(Belly no fundo no fundo deseja que algum dia, quando for chefe de alguma coisa, encontre também uma Belly para ser sua secretária/assessora/conselheira/confessora/assistente/office-boy/ghost-writer e que juntas tomem cerveja ao final dos expedientes de sexta.)

Disclaimer: toda honra e toda glória ao Pelúcio, que me fez companhia e carinho (e almoço) nessa hora de dor. Ave, Pelúcio!

Monday, September 06, 2004

Feriadão?

Isauras
NÃO TÊM
feriadão.

Friday, September 03, 2004

É grave, veterinária? - Boletim médico oficial

Ontem a gatinha foi ao médico. Estava espirrando muito. Descobriu-se que era rinotraqueíte, uma espécie de resfriado felino. A probabilidade maior é que ela tenha desenvolvido isso porque as vacinas tenham vencido - trata-se de uma gata adotada, não temos muitos dados, sabe como é...

Ela portou-se lindamente. Ficou quietinha e olhava para a veterinária com seus meigos e assustados olhos de opala amarela. Não reclamou. Não arranhou. Não fez caca na mesa de exame. Tomou injeção de antibiótico sem soltar um suspiro.

Apesar de todo o apreço que tenho pela humanidade, fiquei estourando de orgulho pela minha pequena pelucinha felina.

(estou ficando velha. e mole. pfff.)

Wednesday, September 01, 2004

Guess what?

Shopping feeno desta cidade. Eu no meu mood cool-nem-aí. As vendedoras olhando com cara de nojinho.
Reloginho Guess. Straight. Pulseira de couro vermelhinha (!!!). Mostrador clean. A incrível junção de design e blasé - *ah, sou tão lindo, tão perfeito, tão vermelhinho e tão cool/nem-aí*!

PAIXÃO
vermelha
INSTANTÂNEA!


Como é triste ser uma mulher honesta.
Como é triste pagar suas contas rigorosamente em dia, como o carnê do Baú.
Como é triste poder olhar todos os credores de frente, sabendo que não deve nada a ninguém.

E o reloginho ali. Sorrindo. Vermelho.

O life.