Monday, October 31, 2005

Uma boa idéia

Feira11
51ª
Feira do Livro de Porto Alegre.

Eu fui.
Ele foi.

Vá você também!!

No meu colinho, em capa dura verde-claro, participação especialíssima de Intimidade e Vida Privada no Novo Código Civil Brasileiro, da linda e loira Maria Cláudia Cachapuz. (A moça formou-se em jornalismo e direito - portanto: um livro técnico cuja leitura é fácil e agradável. Já não era sem tempo!)

Sunday, October 30, 2005

Gume na carne

Little Mermaid

Para quem não conhece, é a Pequena Sereia. Sentadinha sobre uma pedra lá em Kopenhagen, meditando sobre o rabo de peixe que sacrificou e as inúteis pernas que obteve em seu lugar.

Quem viu o desenhinho dos Estúdios Disney, aquele que entrou para a história por conter o maior número de inserções subliminares, pensa que tudo terminou bem e que a sereiazinha era uma redhead muito da ingênua e sortuda. Ledo engano.

Na história de Andersen, a sereiazinha come toda a padaria do Diabo (copyright O'Hara) e faz todos os sacrifícios pensáveis e impensáveis em nome da paixão que lhe despertou a visão do príncipe. De tudo, o que mais apavorou esta que vos fala foi o fato de que, tendo obtido as pernas e perdido as nadadeiras escamosas, cada passo que dava, cada pequeno pousar de pé no chão era sentido pela sereia como se caminhasse sobre gumes afiadíssimos, sobre uma cama de faquir de pontas muito agudas. E ela caminhava, e caminhava sorrindo, e dançava, porque fora o que escolhera. Enfim, todos aqueles sacrifícios e o príncipe casa-se com outra moça, ignorando toda a dificuldade enfrentada pela sereia. Que morre no final, porque jamais poderia voltar para casa - era parte do trato de ganhar pernas -, sob pena de transmutar-se em espuma e ser levada pelo mar.

Defintivamente, a pasteurização Disnéyca empobrece a história e esvazia seu significado. Porque, ah, me poupe, coisas que acabam bem, com todos os personagens masculinos do desenho tendo ereção, nem mesmo no Mundo Maravilhoso de Viagra (num oferecimento Pfizer), meu filho.

O mais importante é: ninguém no mundo vale a perda do seu rabão de peixe. É um rabo? Cheira a peixe? Bem, se isso inviabiliza alguma coisa, provavelmente é porque você, cara sereia, está procurando no lugar errado.

Ainda bem que se foram apenas os tesouros por você descobertos naquele pedaço de mar, e algumas pérolas arduamente caçadas para encantar aquele estranho ser terreno. Lamentável que o brilho naqueles olhos fosse de cobiça e não de amor. Mas as nadadeiras estão aí e ainda há muito mar a navegar. Navegar é preciso, viver não é preciso, e houve amor-próprio o bastante para a manutenção das nadadeiras. Intactas.

Vinde a mim os pescadores.

Wednesday, October 26, 2005

Requiem

And in the roar of the dust and diesel
you stood and watched me walk away
you could have caught up with me easy enough
but something must have made you stay

Now I'm standing outside of this wonderland
looking so bereaved and so bereft
like a Bowery bum when he finally understands
the bottle's empty and there's nothing left

Aqui e lá

LANÇAMENTO DO LIVRO BLOG DE PAPEL COM DATAS E LOCAIS MARCADOS

Dia 12 de Novembro na Feira do Livro de Porto Alegre:

Tarde de Autógrafos, às 15h30, no Memorial do RS com o André Dahmer (Malvados) e com Milton Ribeiro, Ticcia Antoniete, Ane Aguirre (Blog de Papel). Logo depois, às 16h30, na sala O Retrato do Centro Cultural Erico Veríssimo, haverá uma mesa de bate-papo sobre Literatura e Internet com a participação do Dahmer, os autores do Blog de Papel e mediação do escritor Armindo Trevisan.

Dia 19 de Novembro na Primavera dos Livros em São Paulo - OCA/Parque do Ibirapuera:
No espaço reservado para lançamentos, a partir das 18h00 - Coquetel de lançamento do livro Malvados com a presença do André Dahmer e, também, do Blog de Papel com os 14 autores e os 14 ilustradores que participaram da edição.

Não dá para não ir. E quem for no evento de Porto Alegre, poderá participar de um outro evento, bastante restrito e não-divulgado, que é ver essa humilde fóbica social aqui interagindo com pessoas (!), de seu gênero (!!) e espécie (!!!).

Monday, October 24, 2005

All shades of blue

Corpse Bride 1
When it's about me, it's ALWAYS a misunderstanding.

Corpse Bride é Tim Burton em sua melhor forma. O mundo dos mortos e das aberrações é sempre mais divertido. E, paradoxalmente, muitíssimo mais humano. Burton a evidencia ao mostrar o mundo dos vivos em inúmeros matizes de cinza, e só, enquanto o underworld é uma festa de cor, luz, bebida, performance e jazz. Até por se ambientar na era vitoriana, o mundo dos vivos é muito chato e muito hipócrita. Definitivamente, naquela época felicidade era estar morto.

Os shows performáticos do pessoal que bateu as botas é divertidíssimo. Tem referências explícitas ao desenho anterior - aquele desgraçadamente nominado em português de "O estranho Mundo de Jack", o horror, o horror - e ao clássico Fantasia, de Disney. E deve ter ainda muitas outras, que essa humilde espectadora não conseguiu captar, mas desconfia que estejam em certos lugares - como o performer queixada, la tête carregada por baratas, entre outros.

As mocinhas heartbreaked irão se identificar terrivelmente, em todos os sentidos, com a Corpse Bride herself. Inclusive na parte em que a personagem diz que seu coração não bate mais, mas ainda pode ser quebrado. É issaê, as brutas também sofrem. E quando eu deixar de ser uma corpse bride e sublimar isso tudo, não quero virar nada *bunitinho* não, muchas gracias. Quero é voltar para a Bodega dos Mortos. Aquilo sim, é vida.

Corpse_Bride_Skeleton_Children
"É, desde que chegamos aqui não conseguimos parar de mostrar os dentes!"

!!!

Thursday, October 20, 2005

I can get no satisfaction

Sabe um lugar onde as pessoas choramingam por tudo *E* por qualquer coisa? Sabe um lugar onde nada nunca está minimamente bom para ninguém e não dá para sequer sorrir escondidinho à lembrança de uma boa notícia 100% your own private porque os choramingantes vampirizam imediatamente o seu pequeno lapso de contentamento, exclamando "ah, mas por que você está rindo? também quero rir!" Sabe um lugar onde a lamentação é tanta, mas tanta, que sendo importante ou não o ocorrido as pessoas todas resmungam e gemem igual, de forma que se torna impossível saber o que de fato é relevante - motivo por que não se estabelece nenhuma ordem de prioridade? Sabe um lugar onde os chororentos conseguem fazer as mais infundadas e caóticas associações de nexo causal, de forma que o conseqüente não guarde absolutamente NENHUMA relação com o antecedente, e lhe impingem isso como altamente lógico e relevante? Sabe um lugar onde, além de tudo isso, os lamurientos não sabem fazer direito o seu trabalho e jogam no seu colo o abacaxi semi-retalhado, da forma mais equivocada possível, para você consertar, depois de toda a lambança já feita?
Sabe um lugar assim?
Eu sei.
Mas preferia não saber.

Tuesday, October 18, 2005

Only waiting for this moment to arise

Birds

JACARTA (Reuters) - Nenhum país está preparado adequadamente para uma pandemia da gripe aviária, disse na segunda-feira na Indonésia o ministro da Saúde norte-americano, acrescentando que há intenção de reforçar uma rede de vigilância destinada a detectar o vírus.

Ele afirmou que uma mutação do vírus, de forma a permitir sua transmissão entre humanos, tem mais chances de ocorrer no Sudeste Asiático, onde milhões de aves já foram abatidas para tentar limitar a doença.

Leavitt disse que o essencial é manter a vigilância e combater a doença ainda nas granjas. "Se alguém pensa no mundo como uma vasta floresta, se houver uma fagulha na floresta e você a vir, poderá simplesmente assoprá-la. Mas se ela puder queimar por uma ou duas horas, normalmente se torna incontrolável. A única coisa possível então é tentar retirar as pessoas e bens do seu caminho."

Mais aqui.

Monday, October 17, 2005

Moody

--> Você sente que atingiu o fundo do poço quando, minutos antes de sair do trabalho, ouve *e* canta, aos berros, I wanna know what love is, do Foreigner. Porque poser pouco é bobagem. E, se você Leitor precisa saber how low is that, ouça com seus próprios ouvidinhos aqui, no Radio Trash. ,

--> Você sente, porque saber, ah. Saber já sabe há horas.

--> Vai pensando, no caminho de ida para lá e volta para cá: mas por que tanta tristeza no coraçãozinho? tem casinha, tem comidinha, tem filhotinho lindo, tem gatinhos, tem até uma carinha bonita para fazer carão para os loiros sujos do trem. What else? for a life less ordinary...

--> Encontrei alguém que além de saber o que é Ofra Haza - que é mais do que uma pessoa, é um acontecimento ambulante - faz performance da própria, sendo mais Ofra Haza que a própria Ofra Haza. For a life less ordinary, I say!!

--> Em tempos desse ridículo referendo, cuja pergunta é confusa a ponto de transformar o ato de votar em um enigma esfíngico para o grosso do povo, a melhor notícia é que terei um Festim de Balas, no sábado. Onde o tiroteio correrá solto e você poderá ser pego no meio do fogo cruzado a qualquer momento. Mas como estou moody, vou é ficar comendo as jujubas. Eu hem.

--> Tucanaram o chocolate meio-amargo: agora é SEMIamargo. SEMI! Já chegava chamar os usados de seminovos - nas revendas de qualquer coisa, quando alguém me tucanava um "seminovo" logo respondia "ah, usado, né?" ao que o interlocutor se cobria de horror e pânico e retrucava, rapidamente "NÃO! seminovo! seminovo!". Omigod. Despair descontrol! O que mais é semi agora, além do chocolate, do celular, do carro e do Semi di Lino? Ais.

--> E sobre o nojêêinto referêêindo, tenho somente o seguinte a pró-fetizar: vai dar NÃO, e isso deveria ser o motivo número um para a discussão da magna crise da segurança pública, em todas as suas esferas e formas e queijandos. Afinal, por que diabos o comum do povo quereria tanto a possibilidade de disparar um pistolim quentim na sua mão, nesses tão modernosos e farmacêuticos tempos de viagra? Oras, é porque não há *puliça* para quem precisa, o que eventualmente até é bom, porque a *puliça* está conseguindo ser mais bandida do que os próprios bandidos em algumas localidades. Realmente, considerando o que se paga para um *puliça* e o que se exige dele, sou obrigada a concordar que a bandidagem *puliçal* acaba sendo por desforra, mesmo. Do tipo: "e na bunada, não vai dinha?"
E, em vez disso, vai ficar todo o plantel da Rede Grôbo fazendo um enorme chororô porque a campanha pelo desarmamento não deu certo. Ô, coitados.

Contos da Barraca Armada: Dirty, nasty, filthy blondie

Sentada no trem. Menino com cabelo dirty blonde, longo, entra carregando mochila onde se lê "Ciências da Computação - UFRGS" e um guarda-chuva ENORME. Tira de dentro da mochila o livro Quatro Estações, contos de Stephen King. Tenta arrumar o guarda-chuva ENORME no porta-volume em forma de grade que fica em cima de onde estou sentada, sem sucesso. Pergunto se ele quer que eu segure o guarda-chuva ENORME. Ele diz um "não!" agressivamente tímido e fico envergonhada de ter ousado dirigir a palavra ao lourinho sujo. E assim vamos a viagem toda até onde ele desce, ele lendo King em pé, segurando o guarda-chuva ENORME *E* o livro com uma mão, segurando o próprio corpo numa das traves do trem com a outra, enquanto eu, sentada na perfeita altura do seu umbigo, fico imaginando como seria agradável fazer aquela depressiva viagem de trem aplicando um caprichado fellatio de quarenta e três minutos no loirinho. Até a ergonomia da posição favorecia. Vejam vocês.

Tuesday, October 11, 2005

The punishment sometimes don't seem to fit the crime

Você sorri mesmo quando dói, aliás, você sorri ainda mais quando dói, seu hálito é puro dentifrício e isso não é o bastante. Você oferece, às vezes até quando não tem, e faz isso de bom grado, e isso não é o bastante. Você cuida da pele do rosto, do corpo e até da sola do pé, e tudo é cheiroso e macio e aconchegante como um ninho feito de carne, e isso não é o bastante. Você tira a roupa do corpo, tira a pele das mãos e tiraria a própria carne, se pudesse, por aquele ideal, por aquela pessoa, e isso não é o bastante. Você persiste, insiste, mesmo que a cabeça lateje, a úlcera reabra, o sangue escorra, e isso não é o bastante. Você vai e pega e ajeita e faz, e nem mesmo espera algo em troca, mas isso não é o bastante e o que você veio e pegou e ajeitou e fez fica ali ao sol, à chuva, ao relento, como um enorme monte de nada.

Essas pessoas cheias de desamor e de coisa nenhuma. A prole de Shylock, sorrindo pequenos dentes agudos.

Monday, October 10, 2005

Cobra morde rabo

If I could change the world like a fairy tale, I would drink the love from your Holy Grail

Ele, 42; eu, 30. A constatação: o tempo não volta. Depois da mudança exógena dele e endógena minha, irmão e irmã carregando bagulhos juntos, cobertos de pó, escolhendo colocar muita coisa no lixo porque era simplesmente peso extra. Carreguei junto com ele as caixas com livros e livros e livros que remanesceram, e aqueles trabalhos bonitos demais, dele demais para botar fora. Carregou junto comigo as noites difíceis regadas a gim, rum e outras bebidas que terminam com "m", e muita fumaça de cigarro e muitas conversas cifradas decodificando-se na lingüagem do corpo. Ele soube me compreender além das palavras encontrando a ordem do meu caos interno da mesma forma como eu soube carregar suas coisas em silêncio e respeitar seu tempo de fazer as coisas, como as marés.

E algo deve ser feito e algo será feito, cada um ao seu tempo: eu, de dentro para fora; ele, de fora para dentro. Serão os meus cabelos mechados e o medo adormecido enquanto desperto a curiosidade, a falta de pressa em descobrir o que realmente sou e o que realmente quero porque, se o preguiçoso trabalha dobrado, o apressado come cru e fica o resto da vida com o amargor da incerteza pairando na língua. Será ele com o pé na estrada, o pé na rua, o pé na sua própria casa que é tão dele, como se tivesse sido desenhada para ele, esperando por ele todos esses anos, como um vinho espera o tempo certo de desabrochar.

Agora somos vizinhos. Eu pergunto: algum dia não fomos?

Love is love reflected

Simples e perfeito


Investigator-Snatching Abomination from the Burning Enchanted Labyrinth


Yes, I'm a investigator abomination.
Yes, I'm always snatching.
And yeees, me loves burning enchanted labyrinths.

Colaboração da Pinkhead e da Redhead.

Friday, October 07, 2005

Doutor

Sim, é verdade. Vige ainda o Alvará Régio – que imagino que hoje equivaleria a um... Decreto Legislativo remanescente? – editado por D. Maria I, a Pia, de Portugal, pelo qual os bacharéis em Direito passaram a ter o direito ao tratamento de “DOUTORES”.

Porém, confesso que, embora seja profissional da área do direito, embora tenha estudado, embora tenha algum conhecimento sobre alguma coisa, embora tenha passado no exame da OAB na primeira tentativa, entre tantos outros "emboras", não me sinto suficientemente qualificada para me intitular “doutora”. Inclusive quando assim me chamam, me soa muito estranho.

De mais a mais, sempre me vêm à lembrança imagens do ACM discutindo com um outro parlamentar aí cujo nome não lembro, em que ambos se xingavam dos termos mais reles, mas sem jamais deixarem de se tratar pelo pronome de tratamento "vossa excelência". Pois se a mim é dado o direito de escolha, opto por me considerar outorgado o direito a ser tratada com dignidade, enquanto pessoa, e com respeito, enquanto profissional. Isso sim, é difícil. Isso sim, quero ver conseguirem fazer. Porque colocar um “doutora” na frente do meu nome e concluir que com isso demonstrou todo o respeito necessário pela minha pessoa e pela minha formação, sentindo-se, consequentemente, livre para debochar do meu trabalho ou dizer que viu minha mãe na zona, ah, isso é fácil. E eu dispenso.

Em contrapartida, me presto a chamar de "doutor" todos os que quiserem ser assim chamados, independente da aquisição do grau de doutor em instituição de ensino, ou do alvará régio, ou do exame da OAB, ou da prova do CREMERS, ou de o que quer que seja. Se faz feliz o dono da vendinha ser chamado de "doutor", se o gari do DMLU - que terceiriza seus serviços, tomando cooperativas fraudulentas como prestadores em fraude à lei - precisa ser olhado nos olhos e chamado de "doutor", vou ser a primeira a agir assim. Porque essas pessoas, que vivem numa situação desumana e degradante - seu dinheiro está curto? o meu também. imagine o deles - e que ainda acreditam em trabalho honesto, e que pautam suas vidas por valores esquecidos pelos dirigentes que nós elegemos, valores que inclusive nós mesmos muitas vezes deixamos de lado ou questionamos profundamente, essas perpassam, em sua conduta, algo profundamente humano e desenvolvido a nos ensinar. E esse aprendizado não há banco escolar ou diploma de pós-graduação que nos confiram.

Enfim, só quero conseguir fazer meu trabalho e que meu trabalho seja digno o bastante, para mim e para os outros. E sendo parte, advogada, promotora, procuradora, delegada, juíza, serventuária, garçonete, vendedora, recepcionista, secretária, flanelinha ou o que for, me chama de Isabel mesmo, que eu sou só uma pessoa. Como você.

Tuesday, October 04, 2005

Kraftwerkianas II


Artificial Networked Technician Optimized for Nocturnal Infiltration and Observation


NÃO PODIA SER MAIS VERDADEIRO, HAHAHAHAHAHAHAHA....

Kraftwerkianas


Biomechanical Electronic Lifeform Limited to Yelling


And don't you *ever* forget: I'm limited to YELLING!

(Que triste. Não quero ser uma robô chiliquenta. Acho que vou incinerar os circuitos da placa de som.)

Achei aqui.

Monday, October 03, 2005

Farelos

--> Alimento Revoltoso. Não sei o que é. O que será, hem? (não vale dizer que eles são portugueses ou que é uma série televisiva, isso já está evidente)

--> Não sei como é na cidade do Leitor Amigo. Aqui onde trabalho e lá, onde resido, tem diversos botequins que verdadeiramente o são, e seu bisavô poderia neles adentrar e sentir-se em casa. Talvez tenha lá até mesmo a saudosa garrafinha acinturada de Coca-Cola, feita de vidro e com tampinha de lata. Merece registro visual. Ao botequim o que é do botequim.

--> Porque, da mesma forma como não existem mais cinemas de calçada, os botequins também estão fadados à exinção. Ao menos esses no formato vintage, que tanto aprecio.

--> Falem-me de crise econômica com um shopping center cheíssimo numa segunda às 15h20min. Isso não é crise econômica, é crise intelectual/cultural/produtiva.

--> Está lá na mesa de cabeceira o quarto volume da Torre Negra. Chama-se Mago e Vidro e é a continuação da saga do Pistoleiro e seus amigos. Se você leu O Talismã e gostou, não perca. E, como o próprio autor coloca no prefácio, não desanime no primeiro livro. Enfrente-o. A recompensa definitivamente compensa.

--> Procura-se fêmea de gato persa para cruzar. Não precisa pedigree. Do cruzamento, quero um filhote, preferencialmente fêmea. Interessados, deixem contato nos comentários ou escrevam para bellyboo@hotmail.com.

--> A sardinha em lata salvou minha vida. Toda honra e toda glória à sardinha em lata.

--> Perto da academia de artes marciais tem um misto de livraria com sebo com papelaria. Ótimos títulos (usados) da coleção Mestres do Horror e da Fantasia, such as Frank De Felitta, a módicos cinco reais. O Ararat, de Clive Barker, novinho e em promoção - para quem não sabe, um livro de terror infanto-juvenil, porque é de pequenino que se torce o pepino. Que dragãozinho das cartas Yu-Gi-Oh, que nada. A mamãe te vai mostrar tudo o de espantoso que pode haver por trás daquela porta fechada....

--> O Ministério do Saneamento adverte: botar coisas fora vicia.

--> Experimente dizer para as pessoas da sala de jantar que você resolveu mudar e fazer tudo o que queria fazer. O mundo é um enorme canil orwelliano onde os cachorros que acham que podem mais estão ocupados vigiando os cachorros da base da pirâmide social para que não escapem da coleira. Meanwhile, as coleiras dos cachorros que acham que podem mais vão ficando cada vez mais apertadas e eles (cachorros que acham que podem mais) cada vez mais intransigentes. O life.

--> No meio disso tudo, a pessoa recebe um e-mail afirmando textualmente e com estatísticas que não é o neoliberalismo que assola o Brasil. Claro que não é! É a saúva, todo mundo já sabe, antes mesmo de eu nascer.

--> Sou tão ruim quanto todo mundo, mas devo ter cara de boazinha. Por que todos os pobres e miseráveis da rua da calçada do trem do ônibus da porta do supermercado da porta do Mercado Público da porta do caixa eletrônico da porta de qualquer estabelecimento dirigem seus pedidos para MIM? Por quê? Por quê? Ooo, por quêêê...

--> Ato contínuo, a pessoa recebe um e-mail enviado por "Proposta de Emprego", cujo assunto é "Seleção por Mail". Ao abrir, constata que é um, digamos, convite para participar de uma seleção de, digamos, call-girls universitárias. Ha! universitárias! Imagina se eu acreditasse em sincronicidade que nem essa aqui...

?

Who's gonna ride your wild horses
Who's gonna drown in your blue sea
Who's gonna taste your salt water kisses
Who's gonna take the place of me