Thanks for sharing!
Confesso que sou pedante e aprecio deveras um certo grau de elaboração, uma sutileza, uma vírgula a mais ou a menos que fazem toda a diferença. Pois é texto sobre nós e nossas mundanidades, mas é texto de toda forma, para ser lido ou talvez até degustado com os olhos.
Disse-me um senhor que me faz sorrir que, nos blogs, todos são aquilo que gostariam de ser. A persona oculta se manifesta em todo o seu vigor arquetípico, dominando o escriba internético como os cavalos dos santos nas festas umbandistas. E é. Aqui estou, sentada, descabelada, na frente de uma tela brilhante, mas ao mesmo tempo aí estou eu, dançando como uma princesa nua e debochada e linda pelo texto, tentando seduzir você, leitor, tentando convencê-lo a continuar me acompanhando até que as linhas se acabem, para então, se valer a pena, ler de novo e de novo, como se lêem os corpos dos amantes.
Por essas e outras é que alguns textos me conquistaram irremediavelmente e seus autores fizeram de mim adicta. E por isso também que procuro despessoalizar um pouco quando escrevo, pois não o faço para mim ou para você, que lê nesse exato instante, eu o faço um pouco para todos nós e não quero que isso se pareça com reunião do qualquercoisa-Anônimos e nem com diário de adolescente. Quero apenas que você sinta lá no âmago do seu ser uma doçura, ou uma dor, ou alguma coisa, qualquer coisa, e que essa coisa, que nos faz deliciosamente e desesperadoramente humanos, essa coisa traga algum sorriso, alento, alegria, conforto.
E aí, (fuma cigarrinho, copyright Cam Seslaf), foi bom para você? ;D